quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Submissão aos interesses imperialistas

A perda de interesse nos cinco portos abertos anteriormente se tornou evidente, a miragem do mercado inesgotável continuava, logo, novos pretextos foram arrumados para se estabelecer mais duas Guerras do Ópio, travadas em 1856 e 1858, com apoio da França aos britânicos. Por causa destes dois combates, novos tratados foram assinados, evidenciando ainda mais a perda da soberania chinesa sobre seu território. Nestes tratados foi estabelecida a abertura de mais de 11 portos; jurisdição autônoma para os processos estrangeiros; liberdade de ação para as missões cristãs; direito de manutenção de representantes permanentes nas alfândegas chinesas, entre uma série de outros direitos que feriam o governo chinês. Conseqüentemente, estes tratados produziram na China um grande impacto negativo sobre sua produção artesanal, causando desemprego e fome; uma maior repressão à população camponesa; monopólio da educação pelas missões francesas; e, o mais importante, a perda praticamente total da soberania do governo chinês sobre seus territórios. Pode-se resumir este processo através das palavras de Marx, ao concluir que: "a primeira condição de preservação da Velha China era seu total isolamento. Uma vez que a Inglaterra deu fim brutal a esse isolamento, a decomposição sobrevirá com a mesma inexorabilidade de uma múmia retirada do hermético sarcófago em que estava preservada e exposta ao ar livre".
É claro, que essa condição vexatória na qual a China se encontrava, com perda da sua soberania, levou a revoltas de caráter nacionalista. O principal movimento contra o imperialismo europeu na China é conhecido como Levante dos Boxers. Este movimento parte de uma associação secreta, a Sociedade Harmoniosos Punhos Justiceiros, também conhecida como Sociedade dos Boxers, presente no norte do país. Apesar dos esforços do governo para suprimi-la durante o século XIX, a Sociedade dos Boxers conta com o apoio popular crescente e promove rebeliões e atentados contra estrangeiros e missionários cristãos. Porém, todos os esforços se tornaram em vão e o levante foi abafado pelo exército formado por tropas ocidentais e japonesas.
Portanto, este breve resumo da história da China no século XIX, evidencia as políticas de expansão de poder ou dominação de um Estado ou sistema político sobre outros. Conhecida como imperialismo, esta expansão se realiza através da conquista ou anexação de territórios, pelo estabelecimento de protetorados e, principalmente, pelo controle de mercados ou monopólios. A política imperialista não tem como objetivo a expansão territorial e sim a ampliação do mercado através de uma política econômica liberal. Por sua vez, pode-se perceber que esta envolve sempre o uso da força e tem como conseqüência a exploração econômica, em prejuízo dos Estados ou povos subjugados. Além de exibir o imperialismo, a história chinesa no século XIX mostra o discurso nacionalista sendo assimilado pelos povos dominados, ou seja, pelas nações economicamente fracas. Através da China oitocentista, pode se perceber um discurso atual, no qual o nacionalismo é apresentado como fundamento para opressão, ou seja, mostra um discurso que ao nível externo resulta no expansionismo, mas ao nível interno resulta em xenofobia.

A República Popular da China - Os Comunistas e os caminhos da revolução


A república popular da China pode ser entendida como o ponto final da iniciativa de 1921, quando da fundação do PCC(Partido Comunista Chines). Em 1924 o PCC que iniciava com um pequeno grupo de estudantes e intelectuais, já contava com aproximadamente 200 mil filiados, a maior partem formada de trabalhadores das indústrias de Pequim, Hong-Kong e Shangai. Nesta época já como partido forte na política chinesa se une ao Komin Tang (Partido do governo e responsável pela implantação da república em 1911), com o objetivo de lutar contra a dominação estrangeira e as províncias regionais, buscavam uma unificação. Esta união não durou mais de um ano, o líder dos Kuo Ming-Tang morre e o PCC volta a lutar sozinho, como líder da ala radical do PCC. A China entrava na terrível guerra civil. Camponeses lutavam contra uma república burguesa apoiada nos grandes proprietários rurais e comerciantes burgueses de Shangai e Pequim. Muitos comunistas que se fortaleceu, lutando ao lado de camponeses. No campo eram organizadas guerrilhas, nascia e crescia o exército vermelho.
Entre 1927 e 1934, guerra acirrada e os comunistas sofreram muitas derrotas que ao mesmo tempo que baixava o contingente vermelho, aumentava o radicalismo em busca de tomar o poder. Ainda em 34 Mao Tsé Tung chega ao norte onde organiza um governo comunista, isto depois da famosa e longa marcha de mais de dez mil quilometros. Os mortos do caminho davam a mostra de que não estavam para brincadeira.
A invasão do Japão na região da Manchúria em 1937 seria providencial e marcaria o início de um período de trégua numa disputa interna de quase vinte anos e milhões de mortos. O inimigo comum, Japão, precisava ser vencido, o que só veio a acontecer em 1945. A longa batalha contra o Japão serviu para preparar ainda mais o exército vermelho, tornando-o mais poderoso e disciplinado.
Em apenas quatro anos faria o que mais de duas décadas não teria conseguido. Em 1949 os nacionalistas foram vencidos, seu líder Chiang Kai-Shek fugiu para Taiwan, onde fundou a República Nacionalista da China, com o apoio dos Estados Unidos.

A Revolução: Os Comunistas do Poder.


Os comunistas chegaram ao poder com uma China arrasada pelos longos anos de conflitos, contra o Japão e Guerra Civil. A situação era difícil em todos os sentidos: Na cidade, fome; no campo não se plantava não havia semente.
Mao Tsé-Tung, o grande líder logo em 50 implanta a reforma agrária. Foi a primeira medida rumo ao socialismo. As grandes propriedades foram repartidas entre os camponeses. As cooperativas substituíram as grandes propriedades, em seguida o Estado incampou tudo: As poucas indústrias, os bancos, estrada de ferro, eletricidade, água, telefonia, etc. Ajudada pela União Soviética, sob a liderança de Mao , os comunistas modificaram tudo em todos os pontos da economia e cultura Chinesa. Por exemplo: aboliram o casamento, proclamaram igualdade do sexos e a emancipação da mulher, medidas de grande impacto e que aumentava ainda mais a aceitação popular. A China se espelhava no modelo soviético na organização política e econômica, discordava somente em priorizar a indústria, já que a China era um país essencialmente agrário. China e União Soviética romperiam após a morte de Stalim.